segunda-feira, junho 20, 2011

Perdidamente

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens!
Morder como quem beija!

É ser mendigo e dar como quem seja Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!


Florbela Espanca

Um comentário:

Kandinskymusik disse...

Eu sou fã da florbela de Alma Espanca!